Dieta sem glúten e lactose emagrece?
O glúten e a lactose se transformaram nos mais novos vilões do emagrecimento e da boa forma. Celebridades e publicações sobre dieta vêm apontando a exclusão das duas substâncias da alimentação como principal responsável por seus corpos enxutos e abdomes trincados.
Juliana Paes, Gisele Bündchen, Lady Gaga, Angélica, Giovanna Antonelli e Miley Cyrus são algumas famosas que afirmaram publicamente ter eliminado glúten e lactose da alimentação para emagrecer.
Mas, uma dieta sem glúten e lactose emagrece mesmo?
O glúten é uma proteína vegetal presente no trigo, na aveia, no centeio, na cevada, no malte, e em todos os produtos que utilizam um desses ingredientes em seu preparo, como é o caso de bolos, pães, pizza, bebidas fermentadas como a cerveja.
Já a lactose é um tipo de açúcar que está presente no leite e em seus derivados, como iogurte, manteiga, queijo e creme de leite.
Apesar do modismo em torno da dieta sem glúten e lactose, especialistas alertam que abolir as substâncias do cardápio pode não ser uma boa solução para enxugar os quilinhos a mais. “Não há estudos que confirmem benefícios da retirada dessas substâncias por indivíduos que não apresentem sensibilidade ao glúten ou intolerância à lactose.
Uma dieta sem glúten não é mais saudável que uma dieta em que há presença de produtos com glúten.
O sucesso do emagrecimento vai depender de todo o contexto alimentar.
Deve-se, sim, priorizar a variedade na alimentação, a fim de se conseguir ingerir quantidades ideais de todos os nutrientes”, orienta Bárbara Rita Cardoso, nutricionista do Conselho Regional de Nutrição 3, que abrange São Paulo e Mato Grosso.
A nutricionista Vivian Goldberger, do blog Cartilha Cor de Rosa, concorda com a colega. “É importante esclarecer que o glúten, isoladamente, não é responsável pelo aumento de peso, e sim o consumo excessivo de alimentos que o contenham, como é o caso de pães, biscoitos, pizzas e bolos.
Quem emagrece retirando o glúten da alimentação não está emagrecendo pela exclusão dessa proteína, mas sim porque o consumo de calorias está menor”.
A especialista também faz um alerta sobre a exclusão da lactose do cardápio com o objetivo de emagrecer. “Ao restringir o consumo do leite e seus derivados da alimentação, pode-se diminuir as concentrações de cálcio no organismo, o que é prejudicial à saúde.
O cálcio é o responsável pela composição dos ossos e dentes, além de estar relacionado à manutenção de várias funções importantes do organismo”.
Alergia e intolerância
Para além da dieta da moda, porém, há pessoas que de fato se beneficiam da exclusão do glúten e da lactose da alimentação: quem tem alergia ou intolerância a essas substâncias.
“A sensibilidade ao glúten pode ser dividida em celíaca e não celíaca. A identificação das duas formas requer a realização de alguns exames. A biópsia intestinal é feita para diagnóstico de doença celíaca.
Já o diagnóstico de sensibilidade ao glúten não celíaca é realizado por exclusão, ou seja, quando a biópsia é negativa, mas há melhora de sintomas pelo paciente quando realiza uma dieta sem glúten”, esclarece Bárbara Rita Cardoso.
A nutricionista explica que os sintomas mais comuns da doença celíaca e intolerância ao glúten são dor abdominal, flatulência e diarreia ou constipação. “Porém, sintomas extra-intestinais também podem surgir, sendo os mais comuns fadiga, erupções cutâneas, dor de cabeça, dificuldade de concentração, depressão e dores articulares”, completa.
Os celíacos e intolerantes ao glúten precisam retirar o glúten de sua alimentação e substitui-lo por alimentos sem essa proteína.
Produtos à base de arroz (farinha de arroz), milho (farinha de milho, fubá e amido de milho), batata (fécula de batata) e mandioca (farinha de mandioca, polvilho azedo, polvilho doce) são excelentes substitutos para os derivados do trigo.
Já a intolerância à lactose é um problema digestivo, que deve ser diagnosticado pelo Teste de Tolerância à Lactose. “Os sintomas clássicos incluem distensão abdominal, flatulência, cólicas intestinais e diarreia”, observa Bárbara Rita Cardoso.
“Acredita-se que, em pessoas com intolerância, a lactose é capaz de provocar um processo inflamatório no organismo por meio do açúcar (lactose) e as proteínas (caseína) do leite. Nesse caso, a ingestão dessas substâncias, pode favorecer o ganho de peso”, explica Vivian Goldberger.
Os intolerantes à lactose devem substituir o leite e seus derivados por produtos oriundos da soja. Em alguns casos, também é indicada a suplementação de cálcio por meio de medicamentos.
“Em pessoas que não têm qualquer tipo de alergia ou intolerância à lactose e ao glúten, a ingestão dessas substâncias não causará dano algum ao organismo, pois elas serão digeridas e absorvidas normalmente”, esclarece Bárbara Rita Cardoso.
Portanto, fica o alerta: para emagrecer de forma saudável e duradoura, o melhor caminho é aliar dieta equilibrada à prática regular de exercícios físicos.
Fonte: MSN
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